quarta-feira, 13 de abril de 2011

GERENCIAMENTO DA PRATICA DA ORALIDADE

Por: Grace de C. Gonçalves

Levar os alunos a praticar a oralidade de gêneros escritos da categoria expor/argumentar requer gerenciamento da sala de aula por parte do professor. Sem gerenciamento, a ação se resumirá em "Cala Bocas" sem fim.


Alguns alunos do Ensino Fundamental II falam demais durante as aulas quando interagem informalmente com seus colegas. Entretanto, quando colocados em uma situação que devem dominar determinado assunto e apresentá-lo à turma, emudecem. Ou seja, calam a boca porque param de dizer o que não é preciso mas não falam aquilo precisam dizer.

A prática da oralidade - Proposta Curricular Nacional -  vai muito além da transposição do texto escrito à expressão oral. Ela prevê a interação entre os interlocutores. Na escola, os interlocutores não têm a prática da oralidade desenvolvida, logo, necessitam ser gerenciados para o evento. Sugiro três ações:    

Sabe-se que na dinâmica da sala de aula o orador é tomado pelo medo de falar em público porque teme ser ridicularizado - O orador cala a boca e não fala. 

Para tirar esse bloqueio, o professor gerencia o estabelecimento de acordos entre orador e ouvintes aprendizes antes que a(s) apresentação (ões) seja (m) iniciada (s), como, por exemplo, levar a turma a ter ciência de que: todo ficam nervosos em apresentações em público, todos esquecem aquilo que treinaram a dizer, todos apresentam falhas. A ação pretende estabelecer o respeito entre os interlocutores: Todos calam a boca para que o orador possa falar.

Durante as apresentações, é comum os ouvintes não prestarem atenção ao que é dito: Calam a boca mas não ouvem. Para evitar a distração e estimular a interação entre orador e ouvinte, outro acordo deve ser estabelecido com a turma e gerenciado pelo professor - após cada apresentação, pontos positivos e negativos serão explanados pela turma sobre a apresentação. Por um lado, essa ação estimula os ouvintes a se posicionarem como verdadeiros interlocutores; por outro, incentiva o orador a escolher melhor as palavras que vai usar, a controlar a voz e gestos, a estudar com mais afinco o contéudo da exposição; tudo a fim de se fazer entender. Assim, todos calam a boca, todos falam ordenadamente e todos ouvem.

Mas, para que o orador tenha sucesso na exposição de sua pesquisa, a retomada da estrutura do gênero expor/argumentar aplicada à modalidade oral deve ser relembrada pelos interlocutores: apresentação do tema, da justificativa, do conteúdo da pesquisa e seus resultados.

Das três ações aqui apresentadas pode-se deduzir que levar os alunos a praticar a oralidade de gêneros escritos da categoria expor/argumentar requer gerenciamento da sala de aula por parte do professor. Sem gerenciamento, a ação se resumirá em "Cala Bocas" sem fim.



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